quarta-feira, 10 de março de 2010

Arsenal 5-0 F.C.Porto . Em Londres tudo é assim


assistência: 59.661 espectadores.

árbitros: Franck De Bleeckere (Bélgica), Peter Hermans e Walter Wromans; Serge Gumienny.

ARSENAL: Almunia «cap.»; Sagna, Campbell, Vermaelen e Clichy; Song e Diaby; Rosicky, Nasri e Arshavin; Bendtner.
Substituições: Rosicky por Eboué (57m), Nasri por Denilson (73m) e Arshavin por Walcott (76m).
Não utilizados: Fabianksi, Eduardo, Silvestre e Traoré.
Treinador: Arsène Wenger.

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Nuno André Coelho, Rúben Micael e Raul Meireles; Varela, Falcao e Hulk.
Substituições: Nuno André Coelho por Rodríguez (46m), Rúben Micael por Guarín (75m) e Varela por Mariano González (75m).
Não utilizados: Nuno, Belluschi, Maicon e Miguel Lopes.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

golos: Bendtner (10, 25 e 90m, g.p.), Nasri (63m) e Eboué (65m).

disciplina: Cartão amarelo a Falcao (24m), Vermaelen (38m), Bendtner (44m), Alvaro Pereira (58m) e Fucile (89m).

O final de tarde, ou se quiserem, o principio da noite no Emirates Stadium, ali para os lados da fria e cosmopolita, Londres, tinha tudo para dar certo na ‘pátria do futebol’, na tão desejado por muitos, mas jogada por muitos poucos, a Liga dos Campeões, tão só, a prova do rainha futebol europeu.

Para defrontar os gunners comandados por Arsene Wenger, um FC Porto ferido de ‘morte’, depois de duas consecutivas desilusões internas, ainda para mais, num notório e evidente decrescendo galopante de atitude, raça, vontade e querer.

Ainda o relógio apontava para uns quase 60 minutos em falta para o início da partida, quando recebi o sms ameaçador... Nuno André Coelho nos onze. Surpresa total, misto de ansiedade, misturada com suores frios. Previ de imediato o pior. Agora passado o desatino, infelizmente, não me enganei um pouco!

Mais uma vez, voltamos a sair do Emirates Stadium com uma humilhação de ‘mão cheia’, e de calculadora na mão. Estava visto o que iria acontecer, este ‘actual’ FC Porto, mais não é do que uma manta de retalhos, sem soluções ou opções, e com muita mágoa, digo-o com todas as letras, não mais me consigo olhar ao espelho na vã esperança de me enganar a mim próprio.

O Prof. Jesualdo Ferreira, o ‘meu’ treinador, o ‘nosso’ treinador, entrou definitivamente numa espiral de erros, se calhar diria mais, estará agora, provavelmente, a pagar por um excessivo curvamento do «yes-man», qual colete de forças, do qual não consegue encontrar uma saída.

Não gosto, nunca gostei, nem nunca me ouvirão a bater ‘unicamente’ no ceguinho, volto a dizê-lo, porque tão só não tenho memória selectiva, nem tão pouco sofro de indícios de alzheimer. O ‘meu’ treinador’, que o é ainda até este momento, fez das tripas coração em consecutivas épocas desportivas, deu-nos muitas alegrias, deu-nos conquistas, defendeu-nos com unhas e dentes… e por tudo isso, terá sempre o meu eterno agradecimento e respeito. Nenhum outro, tenho a firme convicção, teria feito melhor, nenhum, mas adiante. Mas como em tudo na vida, há ciclos que se abrem, outros que se fecham. Este, admito, terá forçosamente que se fechar, e a vida continua.

Depois, como disse e muito bem um dos jogadores do Arsenal no final do jogo, o FC Porto foi literalmente envolvido na teia do Arsenal. Todos estaríamos conscientes disso, que tal poderia acontecer, mas fica no ar a ideia de que não o soubemos estudar na perfeição. A prova provada, foi a tal inclusão de Nuno André Coelho numa zona nevrálgica do terreno, onde desde o primeiro minuto, os da casa, fizeram gato sapato, jogando a seu belo prazer, vendo-se o ‘miúdo’ permanentemente perdido sem saber para que lado se virar ou se posicionar. A missão que lhe foi entregue, erradamente (!), foi ingrata, demasiado ingrata.

Se no banco há óbvia responsabilidade nesta entrada e respectivo posicionamento, eu, "culparia" ainda mais Raul Meireles e Ruben Micael, que não tiveram a capacidade de ver que o ‘miúdo’ estava a recuar demasiadas vezes para a zona central do centrais, razão pelas quais deveriam ter tido o cuidado, que não tiveram (!), de encurtar as linhas. Foi por ali que começou todo o descalabro…

Depois, ando a pregar no deserto há muito, mas se calhar sou apenas eu que vejo mal, mas não quero crer. A inclusão de Hulk nos onze titulares. Sem rotinas, sem entendimento, sem velocidade. Vontade muita, é certo, mas não chega. Se fosse isso, o Mariano bastaria. Em face do andamento do jogo, porque não guardar Hulk para o momento mais talhado para o seu futebol, em que ele entraria com tudo, sem se poupar, a esforços? Jogar sem Hulk, num tipo de jogo mais de contenção, aproveitando a vantagem que traziam seria mais inteligente, é verdade que um golo ajudava a tarefa ao FC Porto, mas sofrer nunca era uma boa premissa.

O resultado, pois esse, para quem o viu, não foi completa surpresa, e como na outra, voltou a ficar nesta a sensação que se preciso fosse, mais ainda seriam. Logo ao 2-0, o Arsenal começou com o seu jogo, tranquilo, com posse de bola e em que o ataque faz simplesmente maravilhas com a bola. Mas alguém tinha dúvidas que o assim iria ser?

No meio de tudo isto, voltei a gostar do Falcão, de um Hélton que segurou até quando pode o descalabro, e por fim, Cristian Rodriguez que fez espevitar o ataque durante o período inicial da segunda parte, para depois, também ele, acabar a ver-se envolvido na teia montada pelos gunners.

Tudo isto somado, nos últimos 3 jogos, 10 golos sofridos, apenas 2 marcados, 2 derrotas, 1 empate, (anunciado?) adeus ao título nacional e borda fora da Liga dos Campeões, com tamanho estrondo.

Perdemos e perdemos bem. Agora, e com o presente, é meu entendimento estar na hora de preparar o futuro, com uma nova equipa técnica, com novas ideias, com uma nova mentalidade, mas sobretudo, se calhar, (muito!) menos do estilo «yes-man», mais ambiciosa e que o possa transmitir a jogadores, adeptos e simpatizantes, recuperando a nossa mística de ‘Dragões’, que parece perdida algures num beco qualquer sem saída.

Termino esta triste viagem, relembrando o ditado popular, que para bom entendedor, meia palavra concerteza bastará: "o único erro de verdade, é aquele com o qual não aprendemos nada"... ou melhor ainda, "errar é humano, colocar a culpa num só, já é estratégico". Eu, fico-me pela primeira, pois essa, é muito, mas muito mais próxima da "realidade" da verdade!

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