quinta-feira, 8 de abril de 2010

Manchester United 2-2 F.C.Porto . Ferguson que rico sorteio hein?!


assistência: --- espectadores.

árbitros: Konrad Plautz (Áustria), Bernhard Zauner e Armin Eder; Thomas Einwaller.

MANCHESTER UNITED: Van der Sar «cap.»; O’Shea, Vidic, Evans e Evra; Carrick, Fletcher e Scholes; Park, Rooney e Cristiano Ronaldo.
Substituições: Park por Giggs (58m), Scholes por Gary Neville (72m) e Evans por Tavez (72m).
Não utilizados: Ben Foster, Nani, Macheda e Eckersley.
Treinador: Alex Ferguson.

FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Cissokho; Fernando, Lucho González «cap.» e Raul Meireles; Lisandro Lopez, Hulk e Rodríguez.
Substituições: Raul Meireles por Tomás Costa (79m), Rodríguez por Mariano González (80m) e Tomás Costa por Madrid (90m).
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Sektioui e Farías.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

disciplina: Cartão amarelo a Bruno Alves (75m) e Helton (90m).

golos: Rodríguez (4m), Rooney (15m) e Tevez (85m) e Mariano González (89m).


Se é verdade que o sonho comanda a vida do homem, então, deixem-me sonhar, porque quem, como o FC Porto, joga em Old Trafford, de olhos nos olhos, o jogo pelo jogo, ambiciosa, sem medos ou receios de qualquer outra espécie, e acima de tudo, sem mudar o seu esqueleto táctico de origem, o 4x3x3, como se estivesse a defrontar um qualquer menor oponente, tem naturalmente direito ao sonho e muito mais.

Nada ainda está ganho, é verdade, restam ainda 90 minutos de muito sofrimento, mas quem como eu, partilha desta paixão imensa, direi até que estúpida e mentalmente incontrolada e exacerbada, por este clube que tanto nos enche de orgulho, só tem mesmo é que acreditar nos “nossos meninos”, os verdadeiros e únicos fazedores de sonhos!

O poderio “bélico” do adversário, por sinal, apenas e só, os actuais campeões europeus e mundiais, era por demais conhecido e reconhecido, no entanto, não deixava de ser verdade que o FC Porto, nas 3 eliminatórias disputadas até hoje com os de Manchester, guardava melhores recordações, tendo saído vitorioso em duas delas (1977/78 e 2003/04) e eliminado por uma única vez (1996/97). Em jogos, 2 vitórias para cada lado e 2 empates.

Mas como o futebol jamais será considerada uma ciência exacta, para ser apenas e só, 11 jogadores que se perfilam de cada lado da barreira em busca do melhor resultado possível, muitas das vezes, uma luta titânica entre os “Davides” e os “Golias”, acabado o jogo com um empate a duas bolas, fica na retina, mais até que as soberbas exibições individuais de alguns dos “nossos meninos”, a clara e inequívoca demonstração de enorme qualidade dos comandados do Prof. Jesualdo Ferreira.

E porque falo neste último, não posso deixar de dizer que, na minha opinião, o Prof. Jesualdo Ferreira conquistou definitivamente o estatuto de treinador da «europa», deixando de ser apenas um bom treinador para consumo interno. Talvez, quero acreditar que sim, os erros cometidos no inicio das suas aventuras pela nata do futebol europeu, tiveram o condão de o obrigar a correcções basicamente do foro mental que lhe permitem hoje, mostrar outra tarimba mais própria de quem quer ser definitivamente considerado de «super» e com isso, perder o rótulo de «normal». Por todas as dificuldades que teve que vencer com um inicio de época para muito reflectir, para quem teve (e continua a ter!) que aguentar com a desconfiança da massa «assobiativa» que vê nele um limitado e pouco competente e lhe fez inúmeras vezes o enterro (alguém hoje se lembra de pronunciar o nome de um qualquer Carlos Azenha?), para quem teve que sozinho enfiar a vestimenta de justiceiro na praça pública na defesa do FC Porto, para quem (mais uma vez!) teve que ensinar e moldar desconhecidos à sua maneira e estilo (Fernando, Cissokho, Hulk, entre outros), peço desculpa pela ousadia das minhas palavras, mas pela minha parte, e porque estou à vontade para isso, porque nunca fui um seu adepto incondicional, apesar de há muito o respeitar e admirar, só quero deixar aqui registada uma palavra: Professor, muito obrigado!

Depois, Fernando, um “miúdo” enorme, imenso, simplesmente fabulástico com uma exibição de calibre europeu, para não dizer planetária… o “miúdo” secou literalmente tudo o que se mexia no seu raio de acção, ora a subir no terreno, a recuar no apoio à defensiva, a fazer inúmeros cortes no ataque adversário que a determinada altura, até perdia a conta, simplesmente, uma exibição FABULÁSTICA. Alguém mais se lembra do (peseteiro) Paulo Assunção?

Outro que merece uma nota de grande destaque, é Cissokho, mais um “miúdo” que ainda há 6 meses atrás, jogava na 2ª divisão de França, sem ninguém saber sequer da sua existência, com uma passagem por Setúbal de intermeio e hoje, a ver-se na alta rotação do futebol europeu, com as cores listadas do FC Porto. Sempre é verdade que os sonhos podem ser realizados, este, é mais um desses casos. E se pensarmos que não deixou em 90 minutos de futebol, o proclamado “melhor jogador do mundo” (como sempre digo e não me canso de repetir, um verdadeiro flop, com o selo de produto made by Mc Donald’s), pisar em ramo verde, direi que não é para qualquer um, dando ao mesmo tempo, um equilíbrio táctico à equipa que não existia antes da chegada deste.

Por fim, e para finalizar as minhas avaliações individuais, dizer que o Bruno Alves é, para mim, e demonstrou-o ontem mais uma vez com toda a sua classe, tranquilidade e sentido posicional, apesar do tremendo e enorme erro que deu origem ao golo do empate a uma bola para os da casa, um dos melhores centrais a nível mundial, com lugar em qualquer equipe de mundo. Só um Bruno Alves como este, suportaria nas suas costas, e da forma como o demonstrou inequivocamente ao longo de todo o resto do jogo, o erro que nestas competições, costumam ser catalogadas de «morte do artista». Bruno Alves, é enorme e tem o meu apoio a 101%. Quem nunca errou, que atire a primeira pedra…

Quanto ao jogo jogado, direi que a entrada do FC Porto em jogo, com muita maturidade e uma grande segurança, rapidamente colocou em sentido os de Manchester, que nitidamente, e como já vem sendo hábito, não nos pretendeu respeitar, quase que avisando de antemão, que este jogo, eram favas contadas… mais uma vez, saíram trocadas!!

Fruto desta entrada em jogo sem receios, como que jogando na Trofa, na Amadora ou em Vila do Conde, logo aos 4 minutos de jogo, Rodríguez fez balançar as redes para o FC Porto, inaugurando o marcador e levando ao rubro os cerca de 3.000 adeptos Portistas que se encontravam no Teatro dos Sonhos. Se já antes desse momento, Van der Sar se tinha mostrado a um remate de Lisandro, continuo mesmo depois do golo madrugador a mostrar atenção única, já que o jogo, tinha sentido único… e para surpresa, na direcção errada ao que seria suposto antes do jogo se iniciar.

Estava o jogo nesta toada, e eis que, Bruno Alves comete um erro gravíssimo e ao procurar atrasar a bola para Hélton, isola Rooney que perante Helton, fez o que se pede a um avançado, empatando a partida a uma bola. Pensar-se-ia que o FC Porto, a sua defensiva, iria tremer perante esta infelicidade de um dos nossos jogadores (mais uma! já noutros, tinha sido o Helton…), mas enganou-se redondamente, com o FC Porto a conseguir manter o domínio do jogo, ainda que a espaços, os da casa se abeirassem da nossa defensiva com maior frequência. O intervalo chegou com um empate a uma bola.

Para a parte complementar da partida, o Manchester tentou de certa forma “cair” em cima do FC Porto logo na entrada, mas foi sol de pouca dura, passe a expressão, pois rapidamente retomamos o controlo do jogo e continuamos no assalto à baliza adversária, demonstrando ao poderoso campeão inglês, europeu e mundial, que não estávamos ali para ver a banda passar, discutindo o resultado taco a taco e proporcionando um jogo aberto e entusiástico a todos os que o estavam a assistir, com ambas as equipas sempre na procura do golo e consequente vantagem no marcador.

Na passagem do quarto de hora, Helton mostrou que desta vez, não seria por ali que ia acontecer barracada, respondendo com duas fabulásticas defesas a uma fase de maior aperto dos da casa, segurando a igualdade e dizendo “presente” à restante equipa, que bem agradeceu.

Superada esta fase mais crítica de jogo, e com nova cavalgada para cima da defensiva de Manchester, passou Van der Sar a ser o inimigo público nr. 1 dos avançados portistas, Hulk e Lisandro, respondendo também “presente”, com defesas fantásticas a segurar a igualdade. Contudo, estes dois lances tiveram o condão de voltar a impor respeito e porque não até dizê-lo, medo aos da casa que rapidamente se procuraram agrupar e não partindo desenfreadamente para o ataque, descurando a sua defensiva que a qualquer momento, poderia ser desfeita, qual manta de retalhos, pelas diabrites do nosso tridente ofensivo, onde Rodriguez também participava muito activamente.

Quando já se aproximava o final da partida, o argentino Teves furtou-se ao aperto de Rolando, num lançamento de linha lateral, onde Rooney de calcanhar coloca a bola a jeito deste desfeitear Helton que nada podia fazer… estava colocada a injustiça no marcador, perante toda a demonstração de classe do FC Porto no terreno do todo-poderoso, Manchester United. Um autêntico balde de água fria!!!

Mas qual super-herói da BD, o FC Porto não se deu por derrotado e com 5 minutos de jogo ainda por jogar, não temeu, não vacilou, não esmoreceu, dando uma prova a todos os seus adeptos que com estes, podemos segui-los até ao fim do Mundo, porque mesmo que derrotados, nunca vergaremos sob o peso de uma injustiça, nem tão pouco nos deixaremos jamais de orgulhar dos nossos heróis.

A qualidade, a classe, a alma, a crença, a fé de Dragão, que move mundo e montanhas, ainda lá morava e pairava no Teatro dos Sonhos, onde uma vez, voltou a dar frutos em jeito de final feliz, quando Mariano, na queima dos 90 minutos de jogo, tal como em 2003/04, restabelece a igualdade a 2 bolas e assina a letra de ouro, este assomo de sem vergonha com que nos apresentamos em Manchester. Lisandro num último suspiro, pela direita do ataque, coloca a bola na área que vai de encontro ao tal mal-amado argentino, que perante Van der Sar, e quando parecia que a bola ia fugir de mal dominada, não perdoa e dá a estocada final nos «red devils». Foi o final perfeito, o sublime The End para os galácticos de Manchester!

Agora, ainda que partindo em vantagem para a segunda-mão a disputar no Estádio do Dragão no próximo dia 15 de Abril, haverá que recuperar energias, porque mais 90 minutos de sofrimento, muito sofrimento nos esperam a todos nós… uns, como eu, lá no meu Palco dos Sonhos, outros, acompanhando as incidências por outras vias, ainda que com o mesmo sentimento que a todos nos une embrionariamente e orgulha… os “nossos meninos” tratam-nos assim, que fazer?!

MELHOR DO PORTO: Sinceramente, deveria falar num colectivo que esteve perfeito, indomável, intratável, sem vergonha, sem medos, sem receios, com muita classe, categoria, grandeza e tantos quantos mais adjectivos para aqui sejam chamados, mas estaria a ser injusto comigo próprio, se não destacasse, um só que esteve um nadinha a mais acima de todos os restantes… esse, foi Fernando, o fabulástico Fernando… que jogaço, meu deus!!!

ADEPTOS DO PORTO: 70.000 ou 75.000 arrogantes ingleses que foram completamente abafados perante 3.000 fabulásticos adeptos do FC Porto que nunca em momento algum, abandonaram a equipa e a levaram ao colinho até ao supremo gozo do último minuto… o FC Porto é isto, estes adeptos, esta fé, esta crença, esta paixão, este orgulho, este gozo, este prazer, este orgasmo mental que nos tolhe o raciocínio… menos que isto meu caro, se não partilhas de todos estes sentimentos, bem que podes ser adepto do Nacional, GAYvotas ou Calimeros, porque do FC Porto, não serás concerteza! Como disse e repito: o FC Porto é isto!!!

RECADO: O meu recado vai direitinho para o papa-chiclas de Manchester, um tal a que muitos gostam de principescamente tratar por Sir Alex Ferguson, mas que de Sir, não tem nada, senão a habitual arrogância e petulância do ser invejoso e malcriado que pensando ter um killer-instinct de mestre dos mind-games, mais parece um anormal que não sabe o que diz, o que faz, o que pensa. Agora meu caro, continuas ainda a soletrar que o FC Porto “compra títulos no supermercado”? continuas ainda a soletrar que só foste de patins em 2004/05, porque “foste roubado em casa”? Como muitos outros que se julgam “specials”, também tu não passas de um verme rastejante, porque ontem, quem mostrou e demonstrou medo e receio, foste tu, unicamente tu, quando com pavor do nosso herói da BD, um tal de Hulk, apenas e só um jogador em onze de campo, porque o futebol é e sempre será um jogo de equipa, mudaste sistemas de jogo, mudaste jogadores, mas esqueceste-te de 2 detalhes muito importantes: o orgulho de um clube como o FC Porto, a quem nunca nada foi dado ou oferecido, mas sim, apenas e só, conquistado com muito sangue, suor e lágrimas, mas também, porque o tal Hulk, é apenas um entre onze, e foram esses tais outros dez que te fizeram no final do jogo, corar de vergonha e engolir a chicla em seco. Tal como a outros a quem vou mantendo o meu ajuste de contas diário (porque será que me lembrei ontem dele? onde será que ele terá visto o jogo? na tv?), a ti, também o vou mantendo actual… no dia 15, voltaremos a falar do assunto.

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