sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

(Des)mascarados de Palhaços

Calçada está de volta e encobre-se entre contentamento e tristeza. Pois é, as pisadas que o comum adepto portista tem vindo a percorrer ao longo da época e pródiga em vivenciar momentos de alegria, como o da última vitória sobre o SCP para a Taça de Portugal, e momentos de alguma tristeza como a inconstante regularidade exibicional em alguns jogos (mais do que o normal), e a “pobreza franciscana” que assola o nosso pequeno país à beira mar plantado, e de que particularmente, temos vindo a ser alvo. Sendo como o principal fetiche sadomasoquista, dos abutres sedentos de carne (vitórias), a todo o custo.


E diz o calceteiro que o nosso País à beira mar plantado é pequeno, mas é, no entanto, grande no carnaval. Talvez por sermos irmãos de sangue do País das caipirinhas, somos embebidos no seu espírito e fazemos jus à sua verdade verdadinha de que “a vida são dois dias e o carnaval são três”, graduando-a, até, para “a vida são dois dias e o Carnaval são três mas a palhaçada é até a Mouraria ser campeã”, seja isto os dias, anos, décadas que forem, interprete-se.

Enquanto por lá canta-se, dança-se e elege-se os melhores, outros por cá disfarçam-se e colocam, pomposamente os elásticos nas suas caras e saiem até à assembleia da república e à rua a mostram à imprensa que os bajula as figuras tristes que gostam de fazer, só com o gozo de fazer campeões nacionais perder a cabeça em túneis obscuros, com câmaras retiradas e manipuladas, como se do Big Brother se tratasse.

O medo instalou-se e afinal a galinha dos ovos de ouro, que dava aos oito golos em casa e prometia não sofrer mais do que sete em todo o ano, precisa de mais e mais. Precisa que o Bom Jesus, por exemplo, deixe de ser em Braga e passe a ser também na Capital (se já o fizeram com a Red Bull Air Race…). O importante é que nada do que é bom em Portugal, esteja fora da concha lisboeta.

Mas engane-se quem pensa que o Carnaval para estes senhores é só isto, nada disso. É preciso tirar umas bombinhas de mau cheiro da cartola e castigar, só por acaso, bons jogadores da equipa que liderava o campeonato por três meses e castigar outros até à moda deles poderem jogar contra os azuis e brancos, numa decisão germinada um dia após término da janela de transferências (é de congratular tal profissionalismo e timming). Parece que jogar ao(s) e com os Domingo(s) também já assusta e antecipar jogos, repentinamente, é que é ter verdade desportiva.

Afinal de contas, ter capas de jornal vermelhas, sem ser as do Braga é que vende…Haja "Paciência"!





Castigos preventivos, de açaime na boca, fechados numa jaula e numa montanha longínqua, antes de uma qualquer decisão, também só mesmo para alguns. Aos outros é deixá-los à solta a pontapear colegas no chão e dar coices que valem penalties e vitórias. Criticam também o novo reforço portista, por, vir agora, falar de mais e já estar a mostrar serviço; coerentes são eles que continuam sem falar e sem mostrar os vídeos que prometeriam ser uma verdadeira estreia “Nacional”. É caso para dizer que o Carnaval sem tais brincadeiras nem tinha piada e mais parecia a Páscoa.

Tantas e tantas são as peripécias, mal explicadas, com que o calceteiro se depara, que até lhes perde a conta, mas, de uma coisa ele também não se esquece, podem-se perder todas estas guerras mas o que importa é ganhar a última. Para isso, é importante um Porto unido e que histórias de indisciplina, verdadeiras ou não, não saiam para fora das paredes do balneário, que pessoas importantes no clube não batam com a porta sem mais nem menos e que transferências com nome saiam goradas, sem explicação aparente e convincente. O calceteiro relembra que não foi isto a que nos habituamos e que tanto é reconhecido por todos.

O Porto que cresci a amar, é o Porto que vi contra o Sporting, no último jogo, e a denunciar, sempre, pela boca do seu presidente o capitalismo que também domina o futebol. Fica, para isso, o registo de um outro líder de outros tempos:

“O que me preocupa não é o grito dos Maus. É o silêncio dos Bons”Martin Luther King.

Fiquem por aí... que eu fico!

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