segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Bruno pé de canhão

Vale o almoço? A aposta é feita várias vezes no Olival, depois de Jesualdo Ferreira mandar toda a gente para o banho. O treino acaba para a maioria, mas, ao que O JOGO apurou, um pequeno grupo costuma ficar no relvado para aperfeiçoar a marcação de livres directos. Bruno Alves é quase sempre o primeiro a apresentar-se. Seguem-se Quaresma, Lucho, Lino, Raul Meireles e, na época passada, Marek Cech também gostava de participar nessas horas extras. O eslovaco saiu, mas a maioria desses especialistas nas bolas paradas - ou pelo menos aqueles que assumem a responsabilidade de as marcar nos jogos - manteve-se no FC Porto, assim como o hábito de aperfeiçoar a técnica no final dos treinos. Experimentam distâncias, ângulos novos e estilos alternativos, mantendo o essencial: a aposta do almoço.

Colocada a barreira plástica para aproximar o exercício o mais possível da realidade, é habitual pedir-se a colaboração de um guarda-redes para dificultar ainda mais a tarefa. O almoço abre o apetite e aguça a pontaria. Bruno Alves, diz quem vê, costuma ser dos melhores, incluindo na execução técnica do remate. E, acrescente-se, Jesualdo não costuma virar as costas a esse hábito dos seus jogadores, mantendo-se atento aos remates. Aliás, é bem capaz de ter sido esse conhecimento a estimular a decisão de atribuir a Bruno Alves a responsabilidade de praticar, nos jogos, os ensaios que se têm visto à porta fechada. Sucedeu em Braga, no torneio que os portistas venceram, aproveitando o facto de não haver Quaresma para monopolizar a marcação desses lances, e agora contra a Lázio.

Se já era consensual a ideia de que o FC Porto melhorara o rendimento nas bolas paradas - já tem sete golos marcados na sequência desse tipo de lances, metade dos obtidos em toda a época anterior -, sublinhe-se o facto de Bruno Alves ter acrescentado um estilo novo: os livres marcados em força, fazendo uso, certeiro, de um pontapé-canhão.

Desde os tempos de Celso, Geraldão e Branco que os portistas não tinham um defesa especializado nessas "bombas". Houve o médio Barroso, umas épocas depois, mas, apesar da violência indiscutível do remate, faltou-lhe pontaria afinada nos anos que passou no clube.

Agora, é preciso saber, claro, se Bruno Alves conseguirá transformar a amostra bem sucedida numa regra, até porque esta foi a primeira finalização do género em toda a carreira. Nem o pai, Washington, que O JOGO ouviu ontem, se lembra de ter visto algo semelhante no percurso do filho.

O golo marcado à Lázio dá-lhe pelo menos o direito a tentar mais vezes, não só para garantir uns almoços à borla, mas também para ajudar a equipa a ultrapassar uma das principais lacunas apontadas nos últimos tempos.

2 comentários:

dragao vila pouca disse...

Como é isso Tiago, então não falas sobre o jogo?
Foi por termos perdido?
Deixa lá que nós somos como os espanhois, não gostamos de bons princípios.
Um abraço

_E se eu fosse puta...Tu lias?_ disse...

Sarava!

Grata pela visita;)

Espero que voltes!

beijinhossss