quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E faz hoje 2 anos!


Esta foi a noite em que o FC Porto conseguiu uma das maiores vitórias de sempre sobre o rival lisboeta, humilhando a águia com um histórico 5x0, deixando por terra o campeão nacional e destroçando as ambições de Jorge Jesus revalidar o título, conquistado meses antes, com classe e inegável superioridade... Uma noite de sonho para o Dragão, um pesadelo muito díficil de esquecer para a águia...

Nos bastidores do grande jogo

Era verdade que o FC Porto caminhava seguro na liderança, apenas um empate cedido e quatro golos sofridos, apresentando a mais sólida das candidaturas ao título, enquanto do outro lado da barricada estava o Benfica, campeão em título, ainda abalado pelos maus resultados das primeiras jornadas, que haviam deixado a águia a uns impensáveis sete pontos de distância dos dragões, mas antes do jogo, e apesar da diferença pontual na classificação, ninguém imaginaria tal desfecho.

Jorge Jesus relativizava a distância, mas os sinais que chegavam da Luz eram dissonantes. Uns apontavam as arbitragens, outros tantos culpavam os deslizes do guarda-redes Roberto, alguns apontavam o dedo às mudanças que o treinador operara na equipa de um ano para o outro. Na cabeça dos benfiquistas pairava ainda o resultado da derrota às mãos dos portistas na Supertaça, realizada no princípio da época.

André Villas-Boas, por sua vez, comandava uma armada segura da sua rota, aguardando calmamente a visita do grande rival, ciente que a vitória podia selar o destino do campeonato, somente com dez jornadas realizadas...
«Em equipa que ganha não se mexe», e Villas-Boas limitou-se a trocar o lesionado Fernando pelo colômbiano Guarin, enquanto o treinador dos encarnados decidiu alterar a equipa, fazendo sentar Saviola no banco, fazer subir Fábio Coentrão para extremo, deslocar o central David Luiz para a esquerda, e chamar à titularidade o pouco utilizado Sidnei.
Varela abre as hostilidades
O jogo em si não teve muita história... Marcava o relógio onze minutos, quando Hulk avançou pela direita e fez o que quis de David de Luiz, centrou para o meio da área, onde Varela, sem oposição, inaugurou o marcador.
Aos 23 minutos, novamente do lado esquerdo da defesa encarnada, Belluschi bailava à frente de um atarantado David Luiz, antes de colocar a bola no centro da área, onde Radamel Falcao finalizava com um sublime toque de calcanhar, perante um Luisão ajoelhado, uma imagem prenunciadora do que seria o Benfica nessa noite de pesadelo na «Cidade Invicta». 

Com o adversário na mão, o FC Porto avançou para a jugular. 28 minutos decorridos e novamente Belluschi a avançar pela direita, chamou a si Sidnei e Luisão, de David Luiz nem rasto, centrou para trás onde Radamel Falcao, de primeira, fuzilou com o pé direito, um inconsolável Roberto.
O Dragão explodia de felicidade, Jorge Jesus cruzava os braços, o rosto pesado dos suplentes benfiquistas deixava antever o terror que ainda estava por vir...
Jesus tenta, Luisão não deixa
Ao intervalo, Jesus emendou a mão, procurando equilibrar a equipa, e quiçá a reviravolta histórica. O Benfica tinha sido uma absoluta nulidade no primeiro tempo, e o treinador, ciente disso, não teve medo de reconhecer o erro e voltou à forma inicial. Mandou avançar Gaitan para o lugar de Sidnei, Coentrão voltava para a esquerda, Luiz voltava a fazer dupla com Luisão. 
O Benfica reentrou melhor, os jogadores, de volta ao seu habitat natural, sabiam o que tinham de fazer, e o que era esperado deles. Não surpreendeu ninguém o domínio benfiquista, e David Luiz esteve muito perto de reduzir a diferença. 
Todavia, aos 66 minutos, cansado de ouvir olés da bancada portista, Luisão perdeu a calma e tenta agredir Guarin. Pedro Proença não hesitou e mandou o brasileiro para a rua. O Benfica perdia por 3x0, ficava com menos um e perdia a liderança. Jesus percebeu que não havia mais nada a fazer e recuou linhas.
Villas-Boas sentiu que podia fazer história, Hulk compreendeu melhor que ninguém a ideia do treinador, e avançou sobre os encarnados. Em mais um lance de um para um, e novamente pela direita, Coentrão travou o brasileiro, e o incrível não se fez rogado e fez o 4x0 da marca de grande penalidade.
Antes de correr o pano sobre o clássico, Hulk voltaria a fuzilar Roberto, com um remate cruzado da direita. O Benfica caía com estrondo e o Porto ficava com o caminho livre para o título que viria a celebrar na casa do rival...

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