quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mas que é isto?



30 de Setembro de 2008
UEFA Champions League 2008/2009 (Grupo G – 2ª jornada)

Emirates Stadium, em Londres (Inglaterra)
assistência: 59.623 espectadores


árbitros: Herbert Fandel (Alemanha), Carsten Kadach e Mike Pickel; Helmut Fleischer.

Arsenal FC: Almunia; Sagna, Touré, Gallas «cap.» e Clichy; Walcott, Fabregas, Denilson e Nasri; Van Persie e Adebayor.
Substituições: Van Persie por Bendtner (65m), Nasri por Eboué (65m) e Walcott por Vela.
Não utilizados: Fabianski, Ramsey, Silvestre e Djourou.
Treinador: Arsène Wenger.

FC Porto: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Benitez; Fernando, Tomás Costa, Guarin e Raul Meireles; Lisandro Lopez e Rodriguez.
Substituições: Fernando por Lucho González (46m), Raul Meireles por Hulk (64m) e Rodriguez por Candeias (79m).
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Stepanov e Lino.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

Disciplina: Cartão amarelo a Clichy (75m) e Tomás Costa (83m).

Golos: Van Persie (30 e 48m), Adebayor (40 e 71m, de g.p.).


O FC Porto regressou esta noite a Londres ao Emirates Stadium para defrontar o Arsenal, em jogo a contar para a 2ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, depois de uma primeira visita em 2006, onde nessa altura fora já derrotado por 2-0, procurando aproveitar esta oportunidade para se redimir de tal resultado.

Chegávamos a Londres na posição de líderes do grupo G, fruto da vitória caseira defronte dos turcos do Fenerbahçe há 15 dias atrás e do empate entre moscovitas (Dinamo de Kiev) e londrinos na casa dos primeiros. Sabia-se de antemão que um empate, a acontecer, poderia ser desde logo considerado um bom resultado.

No entanto, acabamos a sofrer uma derrota bem pesada por 4 golos sem resposta, e pior que isso, com uma exibição miserável, descaracterizada (à excepção dos primeiros 15/20 minutos da 1ª parte) e completamente amorfa dos jogadores azuis-e-brancos que estiveram completamente irreconhecíveis… poderemos queixar-nos (mais uma vez) de falta de sorte em lances no inicio do jogo que a serem concretizados, poderiam ter outras consequências para o resto do jogo, mas também não podemos esquecer que esta noite, estivemos a um muitíssimo pequeno passo de sermos goleados, humilhados e trucidados pelos londrinos, que mesmo sem emprestarem ao seu futebol um alto ritmo competitivo, fizeram gato-sapato dos azuis-e-brancos.

No escalonamento do onze inicial, o Prof. Jesualdo Ferreira reservou algumas surpresas (ou as invenções habituais que mais ninguém entende?) com a entrada de Benítez para o lado esquerdo da defensiva, Tomás Costa e Guarin no reforço do meio-campo e com Raul Meireles a tentar fazer de Lucho na posição 8. À excepção de Tomás Costa, que foi um dos que ainda tentou remar contra a maré ao longo dos 90 minutos, e Lisandro que fez uma primeira parte incansável, de muita luta e garra na disputa de cada lance, todos os outros arranjos tácticos resultaram numa completa e total nulidade com as consequências óbvias no resultado final do jogo.

Não se consegue é perceber como é que ao fim de 2 meses de futebol (pré-época, jogos de preparação e jogos oficiais), ainda não se conseguiu afinar uma base de jogadores em que assente todo o futebol azul-e-branco, assistindo-se de jogo para jogo a mudanças de jogadores que passam de titulares a proscritos e vice-versa… mudanças tácticas do 4x3x3 para 4x4x2 e depois para um 4x1x3x2, sem que os jogadores consigam assimilar qualquer um desses sistemas e até em muitos dos casos, deslocados dos seus habitats naturais, com evidente prejuízo para o futebol praticado… e, pior que isso, presente-se, cheira-se uma deficiente condição física dos jogadores, com Lucho a funcionar como maior exemplo do aqui dito, com uma presença em campo que chegou a meter pena, dó, sei lá mais o quê… bem, adiante.

O que é certo, é que logo no inicio do jogo se percebeu que sem Lucho a comandar as tropas no meio-campo, mesmo até com um meio-campo super povoado, o FC Porto nunca conseguiu controlar minimamente o jogo, deixando que os da casa tomassem a iniciativa de jogo a seu belo prazer. Mesmo com evidentes e naturais dificuldades, dado o poderio do oponente contrário, o FC Porto foi conseguindo num ou noutro momento lançar-se na defensiva contrária.

Num deles, pouco depois dos 10 minutos de jogo, Cristian Rodriguez cabeceou à trave da baliza do Arsenal, depois de um rápido contra-ataque iniciado por Raul Meireles e com Tomás Costa a cruzar para o interior da área. Uma excelente oportunidade perdida de forma inglória.

No entando, e se alguém pensava que o Arsenal se iria amedontrar com este lance, enganou-se redondamente, porque a diferença de velocidade na circulação de bola e desmarcações era por demais evidente, adivinhando-se a qualquer momento lances de grande perigo na defensiva à guarda de Hélton.

Mesmo assim, e já perto da meia-hora de jogo, voltou a ser o FC Porto a estar muito perto de inaugurar o marcador em dois lances consecutivos protagonizados por Lisandro, proporcionando num deles uma excelente defesa a Manuel Almunia e logo de seguida, na sequência de um canto, com a bola a ser afastada in-extremis da linha de golo por um defesa contrários. A partir daqui, estranhamente, e até final do jogo, só deu mesmo Arsenal em todos os capítulos.

Logo de seguida, surge o primeiro golo para o Arsenal por Robin van Persie que já dentro da pequena área e antecipando-se a Rolando depois de servido por Adebayor, inaugura o marcador, fazendo o 1-0 para os da casa. O FC Porto não mais consegue reagir, mantendo-se amorfo, apático, confuso e sem ligação nas jogadas, quando já muito perto do intervalo, Adebayor no seguimento de um canto, salta mais alto que Rolando e cabeceia para golo, fazendo o 2-0.

O jogo chegava ao intervalo com o FC Porto a ter um trio de ocasiões de golo que muito poderiam ter ajudado a um outro desfecho no final dos primeiros 45 minutos, mas onde o Arsenal mostrou ser sempre mais rápido, acutilante e perigoso do que o FC Porto.

No regresso dos balneários, Lucho entra para o lugar de Fernando, começando ali, quanto a mim, o descalabro total, como mais tarde se veio a verificar. Perdeu-se a meio-campo um jogador de cariz mais defensivo que funcionaria como tampão aos ataques londrinos e manteria Fabregas limitado nas suas acções, para se dar entrada de um Lucho completamente irreconhecível, lento, pesaroso e sempre com um esgar de esforço que mais parecia ir desfalecer a cada passada. Na verdade, o que se passa de facto com «este» Lucho? Chamar a isto «gestão de esforço», agora que vimos com os nossos próprios olhos, é brincar com coisas sérias e passar um atestado de estupidez a quem quer acreditar nessa desculpa. A partir dali, passamos a jogar literalmente com 10 ou até bem menos que isso, já que os outros, também pouco mais faziam que figura de corpo presente.

Para piorar toda a situação, ainda os jogadores faziam faziam o aquecimento para os segundos 45 minutos e já o Arsenal aumentava o score para 3-0 por intermédio de Robin Van Pierse que bisava na partida, aproveitando com a maior das facilidades a clara e inequívoca falta de agressividade das zonas defensivas do FC Porto, que mais pareciam um queijo suiço, tamanhos eram os buracos e a passadeira que era estendida a cada ofensiva adversária.

Se já o estava a ser, a partir daqui, foi o descalabro total, pedindo eu, todos nós, e muito principalmente todos os jogadores de azul-e-branco para que o jogo terminasse rapidamente porque o abismo estava a aproximar-se perigosamente e o cheiro a «goleada» começava a pairar na cabeça de todos os que assistiam à partida.

O Arsenal em ritmo de passeio, treino ou lá o que lhe queiram chamar, mas com uma agressividade atacante digna de registo, foi desperdiçando oportunidades consecutivas de elevar a contagem para outros números, algumas delas até de forma escandalosa, com os jogadores do FC Porto completa e totalmente passivos em campo, sem saber muito bem o que fazer.

Para fecho das contas finais, e quando ainda restavam 20 minutos para o final do jogo, Guarin comete infantilmente uma falta clara para grande penalidade (de uma estupidez total a forma de abordagem ao lance que era aparentemente inofensivo, procurando disputar a bola quando entre ele próprio e a mesma, estavam apenas as pernas do jogador adversário), com Adebayor a aproveitar também para bisar na partida, tendo batido Hélton sem qualquer dificuldade e elevando a contagem para uns impensáveis 4-0 no inicio do jogo.

Entraram então na partida Hulk e Candeias que nada trouxeram ao jogo, senão participar nele, suar um pouco para o banho e poderem trocar as camisolas com os adversários no final do jogo.

Até ao apito final, o quinto golo dos londrinos voltou a estar perto, muito perto de acontecer, o que não se veio a confirmar umas vezes por azar… noutras, por pura azelhice dos atacantes londrinos.

Com esta vitória, e após disputadas duas jornadas da fase de grupos, o Arsenal passou para a liderança do Grupo G com 4 pontos, deixando o FC Porto na segunda posição com 3 pontos. Logo atrás seguem Dínamo de Kiev com 2 pontos e em último lugar, os turcos do Fenerbahçe com apenas 1 ponto.

Como mensagem final ao Prof. Jesualdo Ferreira, é bom que arrepie caminho e encontre rapidamente solução para os vários problemas que se arrastam desde a pré-época e que de jogo para jogo se tornam mais evidentes e claros aos olhos de todos nós… não importa de quem é a culpa, mas é bom que a solução para os mesmos surjam rapidamente, até porque o próximo jogo é de grau também elevado, com a visita ao WC XXI para a liga Sagres. O tempo começa a escassear para o treinador, a nossa paciência tb… por isso, toca a arrepiar caminho e rápido, caso contrário, a «malta assobiativa» está prontinha para entrar em acção... a bem, a mal, quer os jogadores gostem ou não gostem, incluindo o próprio treinador Não basta vir pedir via imprensa o apoio dos adeptos (como se houvesse sequer justiça para esse pedido palavras!)... há que fazer por o merecer, e mesmo que caindo, que nunca que não de pé. O visto ontem, foi mau demais para ser verdade e tolerado sem ponta de preocupação... ESTE NÃO É DEFINITIVAMENTE NOSSO FC PORTO, nem de perto, nem de longe.

Melhor do FC Porto: Uma difícil escolha, muito difícil escolha, mas o meu voto vai direitinho para TOMÁS COSTA que foi o único a conseguir ao longo de todo o jogo, mostrar-se sempre um pouco acima do marasmo e nulidade total de jogo dos restantes jogadores azuis-e-brancos. Hélton, quanto a mim, também ajudou e muito a que no final, só se pudessem contabilizar 4 bolas na sua baliza e Lisandro na primeira parte, uma exibição digna de registo pela raça e bravura demonstrada.

Arbitragem: nada a assinalar… bem no capitulo disciplinar e técnico.

3 comentários:

Tiago Araújo disse...

Pois...

eu ainda não acredito que ficou 4-0

Anónimo disse...

O FCPorto foi uma vergonha

dragao vila pouca disse...

Isto não é nada!
Um abraço