Repetição do filme da Rússia: Portugal sofre a bom sofrer sem
necessidade, por falta de ideias e criatividade, perde pontos em casa
diante de uma seleção claramente inferior e fica em igualdade pontual
com Israel no grupo F da qualificação europeia para o Mundial 2014.
Muita pólvora seca e poucos, muito poucos efeitos práticos, é o que fica
da exibição de hoje da equipa das quinas.
Não é deste futebol que Portugal gosta. A Irlanda do Norte, um pouco à imagem da Rússia que na sexta-feira bateu a turma lusa, entrou e jogou de forma pragmática, defensiva, ciente das diferenças de valia existentes entre as duas formações que esta noite se defrontaram no Dragão, a apostar no contra-ataque, aproveitando o jogo de mangas arregaçadas que a equipa das quinas impôs desde o início.
Não é deste futebol que Portugal gosta. A Irlanda do Norte, um pouco à imagem da Rússia que na sexta-feira bateu a turma lusa, entrou e jogou de forma pragmática, defensiva, ciente das diferenças de valia existentes entre as duas formações que esta noite se defrontaram no Dragão, a apostar no contra-ataque, aproveitando o jogo de mangas arregaçadas que a equipa das quinas impôs desde o início.
Mas nem tudo se explica com uma Irlanda do Norte que chegou a ter toda a
equipa na grande área a defender. Faltam ideias a este Portugal – que
saudades de Rui Costa ou Deco - e um matador na área para aproveitar as,
ainda assim poucas, jogadas de perigo criadas pela turma lusa.
A equipa da quinas entrou sôfrega na partida, ora pressionada pela
derrota imposta pela Rússia na sexta-feira, ora também pelo triunfo de
Israel sobre o Luxemburgo por 3x0, que lhe permitiu ultrapassar Portugal
na classificação do grupo, ainda que de forma provisória.
Portugal sem ideias, Irlanda do Norte prática e pragmática
A procurar o golo desde o início, ofensiva e a pressionar alto, a
seleção portuguesa mostrou-se inconsequente, sem referências na área
capazes de concretizar os lampejos de Nani ou Cristiano Ronaldo,
centenário em internacionalizações esta noite, precisamente.
Aos dois minutos de jogo faltou «um bocadinho assim» a Hélder Postiga,
após um cruzamento de João Moutinho na direita, depois foi Nani, que
cabeceou em arco e obrigou o guarda-redes Roy Carroll a sacudir com uma
palmada.
Não marcou Portugal, marcou a Irlanda do Norte, um flashback
do golo russo de sexta-feira. Contra-ataque, Niall McGinn isolou-se e
perante a saída de Rui Patrício colocou os norte-irlandeses a vencer.
Não seria uma vantagem justificada... mas, sejamos sérios, também
Portugal nada havia produzido para que as coisas fossem diferentes.
Antes do intervalo, ainda houve tempo para uma bola à barra de
Cristiano Ronaldo, à passagem do minuto 36. Gritou-se golo nas bancadas
do lotado estádio do Dragão, ainda se esperou por uma recarga que nada
deu e o conjunto português foi para o intervalo em desvantagem,
claramente a precisar de ideias para penetrar numa defensiva Irlanda do
Norte, que apenas tremelicou, e nada mais que isso, quando Cristiano
Ronaldo e Nani trocaram de flancos.
Lusos intranquilos
Lusos intranquilos
Rúben Micael foi o primeiro a tentar no segundo tempo, de longe, como
que a dizer: «Se se fecham tanto, tentamos à bomba». Não foi lá dessa
vez. Postiga tentou, uns minutos depois, mas foi mais um brinde para Roy
Caroll, o mesmo que defendeu por instinto um remate na passada de
Cristiano Ronaldo, afastando com os pés a melhor oportunidade de golo
dos lusos, depois da bola na barra também do capitão.
A Irlanda do Norte ainda esteve perto de ajudar a equipa das quinas,
pelos pés de Steven Davis que deu mal na bola e com uma rosca quase
traiu o seu guarda-redes.
Paulo Bento fez entrar Silvestre Varela, Portugal ganhou velocidade e
permitiu que Cristiano Ronaldo surgisse mais em zona de perigo, junto a
Hélder Postiga, perdulário ao longo de praticamente todo o jogo.
A Irlanda do Norte continuava sem nada fazer, Patrício era um
espetador, mas o cronómetro não dava tréguas e o nervosismo ia
apoderando-se do conjunto português, displicente no ataque,
inconsequente nas várias ações ofensivas mas sem qualquer problema com o
jogo vertical apresentado pela turma irlandesa, que também apostava no
anti-jogo do relógio.
Aos 79 surgiu o ufa da igualdade. Éder assiste Nani de cabeça, o
jogador do Manchester United falha o remate e Hélder Postiga aproveita
para, em rotação, empatar a partida.
Nas bancadas ainda se gritou «só mais um» mas os minutos restantes não
deram alegrias aos lusos, apenas um nervoso miudinho que se ficou por
isso mesmo. Nani, Varela e Éder estiveram perto, mas os irlandeses
travaram tudo e os tiros portugueses foram mesmo de pólvora seca.
Apesar da diferença no ranking, Portugal é terceiro e a Irlanda do
Norte 117.ª, a verdade é que a seleção portuguesa voltou a marcar passo,
por culpa própria. Fica a questão nos quase 50 mil espetadores que
coloriram as bancadas do Dragão: como é possível este resultado com uma
seleção destas?
1 comentário:
O Eliseu dava um jeitão para a linha mmédia. Tem força, futebol e remate.
Para defesa esquerdo alternativo tinha o DUDA.
Enviar um comentário