quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Portugal 1-1 Irlanda do Norte . Jogo 100 de Ronaldo marcado por nova exibição pobre.

Repetição do filme da Rússia: Portugal sofre a bom sofrer sem necessidade, por falta de ideias e criatividade, perde pontos em casa diante de uma seleção claramente inferior e fica em igualdade pontual com Israel no grupo F da qualificação europeia para o Mundial 2014. Muita pólvora seca e poucos, muito poucos efeitos práticos, é o que fica da exibição de hoje da equipa das quinas.

Não é deste futebol que Portugal gosta. A Irlanda do Norte, um pouco à imagem da Rússia que na sexta-feira bateu a turma lusa, entrou e jogou de forma pragmática, defensiva, ciente das diferenças de valia existentes entre as duas formações que esta noite se defrontaram no Dragão, a apostar no contra-ataque, aproveitando o jogo de mangas arregaçadas que a equipa das quinas impôs desde o início.
Mas nem tudo se explica com uma Irlanda do Norte que chegou a ter toda a equipa na grande área a defender. Faltam ideias a este Portugal – que saudades de Rui Costa ou Deco - e um matador na área para aproveitar as, ainda assim poucas, jogadas de perigo criadas pela turma lusa.
A equipa da quinas entrou sôfrega na partida, ora pressionada pela derrota imposta pela Rússia na sexta-feira, ora também pelo triunfo de Israel sobre o Luxemburgo por 3x0, que lhe permitiu ultrapassar Portugal na classificação do grupo, ainda que de forma provisória.
 
Portugal sem ideias, Irlanda do Norte prática e pragmática

A procurar o golo desde o início, ofensiva e a pressionar alto, a seleção portuguesa mostrou-se inconsequente, sem referências na área capazes de concretizar os lampejos de Nani ou Cristiano Ronaldo, centenário em internacionalizações esta noite, precisamente.
Aos dois minutos de jogo faltou «um bocadinho assim» a Hélder Postiga, após um cruzamento de João Moutinho na direita, depois foi Nani, que cabeceou em arco e obrigou o guarda-redes Roy Carroll a sacudir com uma palmada.

Não marcou Portugal, marcou a Irlanda do Norte, um flashback do golo russo de sexta-feira. Contra-ataque, Niall McGinn isolou-se e perante a saída de Rui Patrício colocou os norte-irlandeses a vencer. Não seria uma vantagem justificada... mas, sejamos sérios, também Portugal nada havia produzido para que as coisas fossem diferentes.

Antes do intervalo, ainda houve tempo para uma bola à barra de Cristiano Ronaldo, à passagem do minuto 36. Gritou-se golo nas bancadas do lotado estádio do Dragão, ainda se esperou por uma recarga que nada deu e o conjunto português foi para o intervalo em desvantagem, claramente a precisar de ideias para penetrar numa defensiva Irlanda do Norte, que apenas tremelicou, e nada mais que isso, quando Cristiano Ronaldo e Nani trocaram de flancos.

Lusos intranquilos

Rúben Micael foi o primeiro a tentar no segundo tempo, de longe, como que a dizer: «Se se fecham tanto, tentamos à bomba». Não foi lá dessa vez. Postiga tentou, uns minutos depois, mas foi mais um brinde para Roy Caroll, o mesmo que defendeu por instinto um remate na passada de Cristiano Ronaldo, afastando com os pés a melhor oportunidade de golo dos lusos, depois da bola na barra também do capitão.

A Irlanda do Norte ainda esteve perto de ajudar a equipa das quinas, pelos pés de Steven Davis que deu mal na bola e com uma rosca quase traiu o seu guarda-redes.
Paulo Bento fez entrar Silvestre Varela, Portugal ganhou velocidade e permitiu que Cristiano Ronaldo surgisse mais em zona de perigo, junto a Hélder Postiga, perdulário ao longo de praticamente todo o jogo.

A Irlanda do Norte continuava sem nada fazer, Patrício era um espetador, mas o cronómetro não dava tréguas e o nervosismo ia apoderando-se do conjunto português, displicente no ataque, inconsequente nas várias ações ofensivas mas sem qualquer problema com o jogo vertical apresentado pela turma irlandesa, que também apostava no anti-jogo do relógio.

Aos 79 surgiu o ufa da igualdade. Éder assiste Nani de cabeça, o jogador do Manchester United falha o remate e Hélder Postiga aproveita para, em rotação, empatar a partida.
Nas bancadas ainda se gritou «só mais um» mas os minutos restantes não deram alegrias aos lusos, apenas um nervoso miudinho que se ficou por isso mesmo. Nani, Varela e Éder estiveram perto, mas os irlandeses travaram tudo e os tiros portugueses foram mesmo de pólvora seca.
Apesar da diferença no ranking, Portugal é terceiro e a Irlanda do Norte 117.ª, a verdade é que a seleção portuguesa voltou a marcar passo, por culpa própria. Fica a questão nos quase 50 mil espetadores que coloriram as bancadas do Dragão: como é possível este resultado com uma seleção destas?

1 comentário:

Anónimo disse...

O Eliseu dava um jeitão para a linha mmédia. Tem força, futebol e remate.
Para defesa esquerdo alternativo tinha o DUDA.