Ainda está na memória a retranca russa e Paulo Bento sabe que a Irlanda
do Norte não vai ser diferente, apesar de rejeitar qualquer mudança no
ânimo e ambição da turma lusa, algo que, garante, não foi perdido em
Moscovo. O técnico português pretende que a equipa das quinas mantenha a
sua identidade e estilo de jogo, garante que o pensamento está nos três
pontos e confirma Cristiano Ronaldo e Rúben Micael na equipa inicial.
Não há adversários ideais, diz Paulo Bento, seja depois de uma derrota,
como a de sexta-feira, em Moscovo, ante a Rússia, ou depois de um
triunfo. O selecionador nacional afiança que nada há que recuperar,
porque a seleção nada perdeu na Rússia a não ser três pontos.
«Se tivéssemos alcançado outro resultado, continuávamos a ter o
objetivo de conquistar três pontos amanhã. Não temos que recuperar algo
que não perdemos. Mantemos o ânimo, a ilusão e a convicção do que
queremos fazer e não o perdemos em Moscovo», afiançou o treinador
nacional.
Paulo Bento repetiu o que já disse, considerando que a derrota com a
Rússia foi «injusta», mas preferiu virar a página e apontar baterias ao
jogo com a Irlanda do Norte, que foi preparado «da melhor maneira
possível», com a convicção de que «serão alcançados os três pontos» e
que a equipa das quinas «estará no Mundial 2014».
O facto de a Irlanda do Norte ocupar o posto número 117 do ranking FIFA, no qual Portugal é terceiro, não elevam a confiança do conjunto português.
«Os rankings a mim dizem-me pouco. Não preparamos os jogos em função da
nossa posição no ranking nem dos nossos adversários. Preocupamo-nos com
o que o adversário vale em termos coletivos, com algumas
individualidades que possa ter, com a nossa forma de jogar e com o nosso
método de jogo».
Neste sentido, Paulo Bento sublinhou aquilo que a Irlanda do Norte pode fazer e que pode criar problemas à equipa das quinas.
«É uma equipa que usa com muita frequência o jogo direto no seu ponta
de lança, em termos ofensivos essa é uma das suas principais rotinas,
bem como a capacidade que esse jogador tem de alcançar espaços em
profundidade. Sob o ponto de vista defensivo, é uma equipa que usará um
bloco baixo, composto por duas linhas de quatro com um jogador na
posição dez e um ponta de lança. Vão jogar recolhidos, tentarão sair em
contra-ataque e compete-nos combater essa situação, criando situações de
finalização, não perder segurança e paciência no processo ofensivo e
controlar o momento de transição ofensiva do adversário com uma
transição defensiva muito forte».
O selecionador nacional volta a sublinhar a ideia: «Ganhar e não como
ganhamos. Se ganhamos 1x0 bem, 2x1 bem, 2x0 melhor. Três pontos são o
mais importante. Esse é que é o objetivo».
Apesar de assumir que a equipa nacional por estar «um pouco mais
pressionada por ter perdido três pontos», o técnico lembra que «jogar
sob pressão» não é nada desconhecido para os jogadores lusos e para o
qual não estejam preparados e até lembra a qualificação para o Euro 2012
para ilustrar o que é pressão.
«Prefiro muito mais a situação que vamos encontrar amanhã com a Irlanda
do Norte do que a situação quando vim cá [Dragão] jogar pela primeira
vez com a Dinamarca. Tínhamos um ponto em três jogos, agora temos seis
em três».
A marca é histórica, Cristiano Ronaldo atingirá amanhã o 100.º jogo pela
seleção nacional, algo apenas atingido por Figo e Fernando Couto. Paulo
Bento lembra que o internacional luso é «um jogador de grande talento»
mas que «trabalha muito para chegar a este patamar» e deixou o desejo de
que «faça muitas internacionalizações» pois, acredita, «acabará por
bater o recorde existente de internacionalizações e o número de golos de
Pauleta».
«A carreira dele na seleção é ajudar. A sua importância na equipa tem a
ver com o nível de profissionalismo que exibe no treino, no cumprimento
da nossa forma de estar, das nossas regas, normais de um grupo de
trabalho. A forma como as cumpre, sendo capitão, são um exemplo da
competitividade que exibe e que é importante para nós, para o grupo de
trabalho e para os seus colegas».
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