FC Porto 3-0 Dínamo de Zagreb
UEFA Champions League, grupo A, 5.ª jornada
21 de Novembro de 2012.
Estádio do Dragão, no Porto.
Assistência: 27.603 espectadores.
Árbitro: Paolo Tagliavento (Itália).
Assistentes: Mauro Tonolini e Lorenzo Manganelli.
Quarto árbitro: Riccardo di Fiore.
Assistentes adicionais: Luca Banti e Paolo Silvio Mazzoleni.
FC PORTO: Helton; Danilo, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela.
Substituições: Defour por Fernando (67m), Abdoulaye por Alex Sandro (67m) e Lucho por Atsu (75m).
Não utilizados: Fabiano, Miguel Lopes, Castro e Kleber.
Treinador: Vítor Pereira.
DÍNAMO DE ZAGREB: Kelava (cap.); Vrsaljko, Vida, Šimunic e Pivaric; Ademi, Kovacic e Brozovic; Beqiraj, Sammir e Cop.
Substituições: Sammir por Puljic (76m), Cop por Halilovic (84m) e Beqiraj por Krstanovic (86m).
Não utilizados: Mitrovic, Calello, Tomecak e Alispahic.
Treinador: Ante Cacic.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Lucho (20m), João Moutinho (67m) e Varela (85m).
Cartões amarelos: Jackson Martínez (25m), Ademi (45m), Abdoulaye (53m), Šimunic (66m) e Varela (82m).
UEFA Champions League, grupo A, 5.ª jornada
21 de Novembro de 2012.
Estádio do Dragão, no Porto.
Assistência: 27.603 espectadores.
Árbitro: Paolo Tagliavento (Itália).
Assistentes: Mauro Tonolini e Lorenzo Manganelli.
Quarto árbitro: Riccardo di Fiore.
Assistentes adicionais: Luca Banti e Paolo Silvio Mazzoleni.
FC PORTO: Helton; Danilo, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela.
Substituições: Defour por Fernando (67m), Abdoulaye por Alex Sandro (67m) e Lucho por Atsu (75m).
Não utilizados: Fabiano, Miguel Lopes, Castro e Kleber.
Treinador: Vítor Pereira.
DÍNAMO DE ZAGREB: Kelava (cap.); Vrsaljko, Vida, Šimunic e Pivaric; Ademi, Kovacic e Brozovic; Beqiraj, Sammir e Cop.
Substituições: Sammir por Puljic (76m), Cop por Halilovic (84m) e Beqiraj por Krstanovic (86m).
Não utilizados: Mitrovic, Calello, Tomecak e Alispahic.
Treinador: Ante Cacic.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Lucho (20m), João Moutinho (67m) e Varela (85m).
Cartões amarelos: Jackson Martínez (25m), Ademi (45m), Abdoulaye (53m), Šimunic (66m) e Varela (82m).
Era
uma vez um treinador muito contestado num clube habituado a ganhar.
Esse treinador veio ocupar a cadeira de sonho do menino perfeito. Apesar
dos adeptos desconfiados, da comunicação social adversa, de uma gala
dos Dragões de Ouro atípica, dos comentadores ávidos de sangue, de um
balneário em pé de guerra, da falta de um ponta-de-lança, do menosprezo
dos seus pares, contra todos os vaticínios, o homem sagrou-se campeão. A
contestação, porém, não terminou aí. No Porto, afinal de contas, foi-se
dizendo, qualquer um se arrisca a ser campeão. E, além disso, a
participação na Champions tinha sido paupérrima. O homem começou então a
nova época meio tremido, quiçá ensombrado pelo fantasma do tal menino
da cadeira de sonho, que tinha ficado desempregado e que se dizia que
podia voltar. Hoje, um está prestes a ficar desempregado outra vez e o
outro, o homem de quem falamos, o Prof. Vítor Pereira, já vai com uma
Supertaça no bolso, é líder do campeonato e, à entrada para a última
jornada da fase de grupos, comanda a equipa com mais pontos de toda a
Champions League. Coisa pouca.
Não é todos os dias que uma equipa parte para a última ronda da fase de grupos da mais importante competição internacional de clubes para decidir se passa à fase seguinte em primeiro ou em segundo. Para uns será uma miragem, para outros uma realidade.
Com efeito, o jogo desta noite mostrou um Porto demasiado forte para o futebol e para as aspirações do Dínamo de Zagreb. Não que os croatas não tivessem incomodado durante a primeira parte, porque de facto enviaram uma bola ao poste e assustaram por diversas vezes a baliza de Helton, nomeadamente através de bolas paradas. E até se deve dizer, em abono da verdade, que o Dínamo pratica um futebol atractivo, de posse, com circulação de bola e com alguns jogadores de elevada craveira técnica, com destaque para o número 8 Kovacic, de uns muito prometedores 18 anos, com qualidade para merecer uma observação mais atenta pelo departamento de scouting do nosso clube. Tudo isto é verdade, mas tudo isto não chega para este FC Porto que se apresenta em níveis anímicos estratosféricos, com um futebol de posse e de "toca e corre" que baralha qualquer adversário, aliado a uma capacidade de pressing absolutamente surpreendente e devastadora.
Nada disto se faz, obviamente, sem um balneário unido, que claramente confia no seu timoneiro. A equipa vive de pequenas sociedades de sucesso: Lucho e Moutinho entendem-se às mil maravilhas; James e Jackson são um par no ChaChaCha; Danilo, Lucho e James triangulam cada vez mais de olhos fechados. E de fora, por lesão, têm ficado Alex Sandro, Maicon e Fernando... dá que pensar!
Mais a mais, quem entra na equipa apanha rapidamente o comboio e não encrava a engrenagem. Foi assim com Mangala (Vítor Pereira terá aplicado ao francês a mesma receita que a Maicon durante grande parte do ano transacto, dando-lhe minutos e rodagem na lateral, amadurecendo-o, para depois lhe oferecer a zaga numa bandeja), que não comprometeu nesta sua passagem pela posiçao que é, por defeito, de Alex; está a ser assim com Abdoulaye, que já leva dois jogos na Champions sem que a equipa sofra golos; foi assim com os que jogaram na Choupana, onde se notaram claras melhorias de jovens como Castro, Atsu, Iturbe e Kléber. Aliás, confesso nunca ter vislumbrado pelo Olival tanto talento em estado bruto como neste ano... são tantos e tantos os atletas com menos de 21 anos que só podemos sorrir de curiosidade ao imaginar o futuro deste FC Porto.
De destacar o notável jogo de João Moutinho, autor de uma obra de arte em forma de livre, elevando o seu jogo para o patamar que se lhe vinha pedindo, transformando-se num médio com capacidade para chegar à frente, não só assistindo os colegas (como já fazia e bem), mas também testando o seu poder de fogo.
Nota relevante, também, para a tremenda forma física de Lucho, sendo este o seu segundo jogo consecutivo a facturar, mostrando que continuam intactos os seus predicados de médio goleador. Velhos são os trapos, quase que apetece dizer a muitos que já lhe vinham fazendo o funeral antecipado ou que pensavam - certamente não o conhecendo - que o argentino vinha gozar uma pré-reforma dourada para a Invicta.
Jackson continua a maravilhar o estádio com a sua inconfundível classe e a forma fácil como domina a bola e a endossa as colegas. É certo que não teve oportunidades para figurar a lista de marcadores, mas a qualidade está toda lá. E é muita! Varela continua a pôr-nos a cabeça em água, alternando o bom com o mau, mas sempre com o golo da praxe. Que seja sempre assim, é o que a nação portista lhe pede!
Em suma, mais uma noite europeia em que o Porto assumiu a sua condição de grande da Europa, não deixando os seus créditos por mãos alheias, traduzidos especialmente numa segunda parte de elevada qualidade e superioridade. Ainda houve tempo para dar uns importantes minutos a Fernando e a Alex Sandro, certamente já a pensar no importante jogo de Domingo em Braga. A isto se chama plantar para colher os frutos mais tarde.
Antes do apito final, ainda assistimos à estreia na Champions League de Halilovic, de apenas 16 anos. O croata tornou-se o mais jovem jogador de sempre a disputar uma partida nesta competição. E, de facto, o croata não poderia ter melhor estreia internacional. A última vez que um miúdo de 16 anos se estreou no Dragão, curiosamente pisando tambem um relvado lastimável, chamava-se Leonel Messi. Nesta vida nada é por acaso. Há mesmo lugares abençoados.
Até Domingo!
Rodrigo de Almada Martins
Não é todos os dias que uma equipa parte para a última ronda da fase de grupos da mais importante competição internacional de clubes para decidir se passa à fase seguinte em primeiro ou em segundo. Para uns será uma miragem, para outros uma realidade.
Com efeito, o jogo desta noite mostrou um Porto demasiado forte para o futebol e para as aspirações do Dínamo de Zagreb. Não que os croatas não tivessem incomodado durante a primeira parte, porque de facto enviaram uma bola ao poste e assustaram por diversas vezes a baliza de Helton, nomeadamente através de bolas paradas. E até se deve dizer, em abono da verdade, que o Dínamo pratica um futebol atractivo, de posse, com circulação de bola e com alguns jogadores de elevada craveira técnica, com destaque para o número 8 Kovacic, de uns muito prometedores 18 anos, com qualidade para merecer uma observação mais atenta pelo departamento de scouting do nosso clube. Tudo isto é verdade, mas tudo isto não chega para este FC Porto que se apresenta em níveis anímicos estratosféricos, com um futebol de posse e de "toca e corre" que baralha qualquer adversário, aliado a uma capacidade de pressing absolutamente surpreendente e devastadora.
Nada disto se faz, obviamente, sem um balneário unido, que claramente confia no seu timoneiro. A equipa vive de pequenas sociedades de sucesso: Lucho e Moutinho entendem-se às mil maravilhas; James e Jackson são um par no ChaChaCha; Danilo, Lucho e James triangulam cada vez mais de olhos fechados. E de fora, por lesão, têm ficado Alex Sandro, Maicon e Fernando... dá que pensar!
Mais a mais, quem entra na equipa apanha rapidamente o comboio e não encrava a engrenagem. Foi assim com Mangala (Vítor Pereira terá aplicado ao francês a mesma receita que a Maicon durante grande parte do ano transacto, dando-lhe minutos e rodagem na lateral, amadurecendo-o, para depois lhe oferecer a zaga numa bandeja), que não comprometeu nesta sua passagem pela posiçao que é, por defeito, de Alex; está a ser assim com Abdoulaye, que já leva dois jogos na Champions sem que a equipa sofra golos; foi assim com os que jogaram na Choupana, onde se notaram claras melhorias de jovens como Castro, Atsu, Iturbe e Kléber. Aliás, confesso nunca ter vislumbrado pelo Olival tanto talento em estado bruto como neste ano... são tantos e tantos os atletas com menos de 21 anos que só podemos sorrir de curiosidade ao imaginar o futuro deste FC Porto.
De destacar o notável jogo de João Moutinho, autor de uma obra de arte em forma de livre, elevando o seu jogo para o patamar que se lhe vinha pedindo, transformando-se num médio com capacidade para chegar à frente, não só assistindo os colegas (como já fazia e bem), mas também testando o seu poder de fogo.
Nota relevante, também, para a tremenda forma física de Lucho, sendo este o seu segundo jogo consecutivo a facturar, mostrando que continuam intactos os seus predicados de médio goleador. Velhos são os trapos, quase que apetece dizer a muitos que já lhe vinham fazendo o funeral antecipado ou que pensavam - certamente não o conhecendo - que o argentino vinha gozar uma pré-reforma dourada para a Invicta.
Jackson continua a maravilhar o estádio com a sua inconfundível classe e a forma fácil como domina a bola e a endossa as colegas. É certo que não teve oportunidades para figurar a lista de marcadores, mas a qualidade está toda lá. E é muita! Varela continua a pôr-nos a cabeça em água, alternando o bom com o mau, mas sempre com o golo da praxe. Que seja sempre assim, é o que a nação portista lhe pede!
Em suma, mais uma noite europeia em que o Porto assumiu a sua condição de grande da Europa, não deixando os seus créditos por mãos alheias, traduzidos especialmente numa segunda parte de elevada qualidade e superioridade. Ainda houve tempo para dar uns importantes minutos a Fernando e a Alex Sandro, certamente já a pensar no importante jogo de Domingo em Braga. A isto se chama plantar para colher os frutos mais tarde.
Antes do apito final, ainda assistimos à estreia na Champions League de Halilovic, de apenas 16 anos. O croata tornou-se o mais jovem jogador de sempre a disputar uma partida nesta competição. E, de facto, o croata não poderia ter melhor estreia internacional. A última vez que um miúdo de 16 anos se estreou no Dragão, curiosamente pisando tambem um relvado lastimável, chamava-se Leonel Messi. Nesta vida nada é por acaso. Há mesmo lugares abençoados.
Até Domingo!
Rodrigo de Almada Martins
DECLARAÇÕES
Vítor Pereira
Vítor Pereira vai a jogo em Paris. Depois da qualificação em Kiev e da vitória sobre o outro Dínamo, o de Zagreb, o treinador do FC Porto mantém a intenção de terminar a fase de grupos na primeira posição. Para o conseguir, basta-lhe um empate no Parque dos Príncipes, mas o técnico não se desvia do propósito de vencer, reiterando a especial predilecção por "bons jogos".
Consistência e dinâmica
"Ganhámos e justificámos a vitória e o resultado, com uma exibição consistente e dinâmica. Foi uma vitória natural, frente a uma equipa que nos criou dificuldades, nomeadamente na primeira parte. Com a qualidade individual, conseguimos também superar este obstáculo."
Qualidade dos médios
"Os golos marcados pelos médios tem a ver com o trabalho, a qualidade deles e o facto de sentirem confiança para aparecer em zonas de finalização."
Para ver quem é o melhor
"Para nós, é importante ficar em primeiro, porque esse é o nosso objectivo. Vamos a Paris com o objectivo de fazermos o nosso jogo, com a nossa identidade, e procurar vencer. Depois veremos quem é a melhor equipa e quem fica em primeiro. Gostamos de bons jogos e este será um deles."
A marcar muito e a sofrer pouco
"Temos realizado bom jogos, com qualidade, que não se resume na qualidade ofensiva, mas também se alarga à consistência defensiva. Temos feito bons jogos, marcando muitos golos e permitindo pouco. E isso só uma equipa consistente consegue."
1 comentário:
Em futebol (como em muitas outras coisas) os juízos prematuros saem a maior parte das vezes, frustrados. Acontece em relação aos novos jogadores e, também, aos treinadores em início de carreira, como aconteceu com Vítor Pereira e sempre será assim, porquanto os adeptos, não conhecendo os dossiers, tiram as suas conclusões pelos resultados imediatos. Não tendo começado muito bem, o agora fantástico treinador abafou as críticas desfavoráveis que lhe foram feitas através do brilhante momento que a equipa vive. Cuidado: tanto no princípio como agora, os exageros não aproveitam a ninguém. Quando menos se espera, aí poderá voltar a ser besta o que antes passou a bestial...
Remígio Costa
Enviar um comentário