domingo, 30 de setembro de 2012

Rio Ave 2-2 F.C.Porto. Sofremos sem necessidade nenhuma!


Rio Ave FC 2-2 FC Porto

Liga 2012/13, 5.ª jornada.
29 de Setembro de 2012.
Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde.


Árbitro:
Bruno Esteves (Setúbal).
Assistentes:
Venâncio Tomé e Mário Dionísio.
Quarto árbitro:
Nuno Roque.

RIO AVE:
Oblak; Lionn, Marcelo, Nivaldo e Edimar; Tarantini, Wires e Filipe Augusto; Braga, João Tomás e Esmael.
Substituições:
Wires por Ukra (68m), Filipe Augusto por André Vilas Boas (86m) e Esmael por Vítor Gomes (90m).
Não utilizados:
Ederson, Jeferson, Diego e Del Valle.
Treinador:
Nuno Espírito Santo.

FC PORTO:
Helton (cap.); Miguel Lopes, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Defour, João Moutinho e Lucho; James, Jackson Martínez e Atsu.
Substituições:
Lucho por Fernando (64m), Atsu por Varela (64m) e Defour por Kleber (83m).
Não utilizados:
Fabiano, Danilo, Castro e Mangala.
Treinador:
Vítor Pereira.

Ao intervalo:
0-1.

Marcadores:
Miguel Lopes (33m), Tarantini (78m e 85m) e Jackson Martínez (89m).

Cartão amarelo:
Wires (11m), Braga (66m), Varela (69m), Tarantini (90+1m).

Antes hoje que mais tarde. É apenas a única ilação positiva que podemos tirar do jogo desta noite no Estádio dos Arcos, na vizinha Vila do Conde.


Mais uma vez, o problema reside na confiança. Mas desta feita pelo excesso dela. A equipa de Vítor Pereira passou do estado de hipo-confiança do ano transacto para o estado de hiper-confiança. Coisa estranha esta, ainda para mais depois da saída para a Rússia de um dos jogadores mais carismáticos dos últimos anos azuis e brancos.


A verdade, porém, é que a saída de Hulk está a ser encarada sem dramas, sem saudosismo, sem convulsões. Mais: o jogo da equipa está mais fluido, mais natural, mais rápido. O que, para os distraídos, pode parecer estranho, tendo em conta que o brasileiro era o jogador mais explosivo e poderoso da equipa.


Aqui há uns anos li qualquer coisa sobre o efeito que a saída de um super jogador pode ter numa equipa. Houve, aliás, quem fizesse teses académicas sobre o tema, nomeadamente - e sem surpresa - norte-americanos, baseados em resultados comparativos de equipas da NBA antes e depois da saída de uma super-estrela. A conclusão é que, não tão raras vezes como isso, a saída do astro da equipa tem efeitos positivos numa equipa, quer a nível de resultados, quer a nível exibicional. A este efeito é dado até a categoria de síndrome.
 A equipa de Vítor Pereira padece desse sintoma. Encarou demasiado e estranhamente bem a saída de Hulk e os bons jogos realizados após a sua partida descomplexaram-na, deram-lhe tranquilidade e, por consequência, uma confiança desmesurada nas suas próprias capacidades, exponenciada pelas vitórias relativamente fáceis em Zagreb e em casa frente ao Beira-Mar.

O jogo de hoje teve tudo para ser ganho de forma tranquila. O Porto foi mandão, dominador, teve a bola em seu poder a maioria do tempo... o domínio chegou a ser esmagador. Até aos 75 minutos podemos dizer que vimos um Porto com estofo de campeão. O segundo golo tardava em aparecer, é certo, mas até nós, comuns adeptos, estávamos demasiado confiantes, tal era a qualidade e superioridade apresentada pelo nosso futebol a meio-campo. A meio-campo, repito. Tanta confiança e tanta bola cegou-nos e impediu-nos de ver que na segunda parte, tirando o lance de James à trave, poucas oportunidades tivemos. Se há coisa que me irrita é um jogo à Barça...e nós hoje jogamos como eles, mas sem o nosso Messi, que já cá não está. Muito toque a meio-campo, muita tabela, muita lateralização, muito tiqui-taca, técnica a rodos, muitos duelos individuais ganhos na linha de meio-campo, mas daí para frente pouca ou nenhuma produtividade e profundidade, exceptuando uns fogachos de Atsu, o mais vertical e inconformado com a apatia dominadora dos dragões.


Essa confiança cegou até o nosso timoneiro, que vinha estando muitíssimo bem na leitura do jogo e nas substituições efectuadas. Hoje, a saída de Lucho foi um erro, como normalmente é. O argentino, mesmo quando não está ao seu melhor nível - como foi o caso, principalmente ao nível do passe - é um pêndulo e a garantia de equilíbrio da equipa. Com a vantagem mínima, a solução nunca pode passar pela saída do nosso capitão. Que tenha servido de lição.


O mais fácil, como cronista deste jogo, seria atribuir as culpas ao erro de Maicon e ao alívio (infantil) para a zona frontal de Otamendi. E o melhor de ser cronista e dispôr deste espaço é poder dizer que existe Rolando e que o seu futebol e a sua experiência fazem falta. E, já agora, poder dizer também que o clube com este desterro pouco ganha, a não ser talvez o exemplo do que pode acontecer a quem diga que quer ir embora.


Mas isso seria injusto. A equipa esteve bem na maioria do tempo, apenas lhe faltou a agressividade ofensiva na segunda parte, assim como a ambição e a raça de chegar ao segundo golo e matar o jogo, tal era a confiança nas próprias capacidades e na incapacidade do Rio Ave em criar perigo. E há que dar mérito (dentro do demérito que há em deixar inverter um resultado aparentemente controlado a poucos minutos do fim) a uma equipa que ainda encontra forças físicas e mentais para voltar ao jogo e ir a tempo de empatar a contenda, tendo no subconsciente, assumamos isso, o jogo europeu que aí vem. Pena que o árbitro não tenha visto o
penalty clamoroso sobre Kléber, caso contrário a vitória teria sido outra vez uma possibilidade.

Nota de registo, ainda, para a exibição de Miguel Lopes, com um golo e uma assistência, começando a ser difícil justificar a aposta em Danilo a titular. Ainda para mais quando se começa a comentar aqui e ali que Danilo não está motivado para ser lateral. 

 Referir também que fica desfeito o mito de James a 10. A partir da linha, a vir buscar jogo atrás, a receber a bola no meio, o rapaz joga bem em todo o lado... assim o queira e esteja motivado para tal. Com 21 anos, James tem muita carreira à sua frente para poder actuar no seu lugar de eleição, ainda para mais quando há Moutinho e Lucho, que não são nem podem ser jogadores de banco, por todas as razões e mais algumas (embora se perceba a necessidade da comunicação social em criar um caso com a posição de James Rodriguez).

E, para finalizar, Atsu. A pérola do Gana está cada dia mais desenvolto e confiante, fazendo a cabeça em água aos defesas adversários. O seu pé esquerdo é imprevisível e a sua mobilidade e sentido de baliza pode ajudar a "desmontar" esta exagerada tendência para lateralizar o jogo.


Este empate em Vila do Conde não é grave. Há empates (e mesmo derrotas) que vêm por bem. É natural que a expressão "até ao lavar dos cestos é vindima" não diga nada à carrada de brasileiros, argentinos e colombianos que este plantel tem. No entanto, Vítor Pereira tem a responsabilidade de explicar aos seus pupilos que os jogos só terminam com o apito do árbitro e que, até lá, convém que a equipa transforme em golos o domínio que demonstra. Futebol sem baliza nunca agradou aos adeptos portistas.



DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

“Fundamentalmente depois de chegarmos à vantagem, deixamos cair um bocadinho a concentração, adormecemos um bocadinho o jogo e, nomeadamente na segunda parte, nas bolas divididas fomos pouco agressivos, não fizemos a circulação que devíamos fazer e acabamos por ser penalizados, e bem. Depois fomos atrás do prejuízo e conseguimos o empate, que é um mal menor, mas fundamentalmente pelo que produzimos nesta segunda parte não merecemos mais”.

“O que eu vi foi depois de estarmos em vantagem, uma entrada na segunda parte pouco agressiva, pouco intensa, a circular pouco a bola e a sermos penalizados. Acabamos por chegar ao 2-2, defrontamos uma boa equipa, mas fomos nós que nos colocamos à mercê do Rio Ave”.

“Pretendia voltar a ter o controlo do jogo, a ter bola, voltar a ter agressividade, porque não estávamos a ter agressividade no meio, mas não foi pelas substituições, porque o jogo já não estava a dar o que queríamos dele”.

Miguel Lopes

“Na primeira parte controlamos bem o jogo, mas na segunda parte baixamos o ritmo e isso não pode acontecer. Acordámos a tempo e evitamos a derrota, mas queríamos ganhar. Somos uma excelente equipa e um excelente grupo e isto só nos vai dar força para o próximo jogo”.

11 comentários:

Emanuel disse...

Boas,
Merecíamos sem dúvida alguma ganhar o jogo, demos o nosso melhor e devemos estar conscientes disto e pensar agora no PSG para Liga dos Campeões. Estamos em 1º na mesma!

Abraço

Silva Pereira disse...

Boa noite,
Quando se joga para ganhar pela diferença minima, arrisca-se a perder ou a empatar.

Jogo de preguiçosos e de empatas.

Escrevo à 2 anos que não percebo porque o JM marca bolas paradas'
Marcou 5 cantos e nenhum criou perigo, aliás um criou perigo na nossa baliza.

Anónimo disse...

Parabéns ao VP, porque voltamos a estar iguais a tantos e tantos jogos do ano passado, mas como fomos campeões só pode estar de parabéns.
Continuo sem perceber como é possível voltar a marcar cantos ao 1º poste??? nem em 1 criou perigo??!! João Moutinho aos 5 m desistiu de 2 lances que só me levam a perguntar, já estava com a cabeça no jogo de 4ª??? O Maicon vem dar entrevistas ao nível dos carneiros menstruados, somos os melhores pa, pa, pa, depois faz aquela brilhante assistência para o 1º golo do Rio Ave, mas que raio de conversa é esta??? no F.C.PORTO nunca foi assim, porque é que agora vêem estes papagaios falar como os de lá de baixo??? há coisas que não entendo, muito sinceramente.
Basicamente o que vi ontem foi um jogo igual ao de Zagreg, só que em Zagreb tivemos a sorte de eles terem falhado o empate, porque se não era exactamente o mesmo filme. Pensava que o passado recente(Barcelos, Zagreb) estava enterrado e morto, mas não, voltam a fazer esta brincadeira.
Com esta brincadeira já podia-mos e devia-mos estar com 4 pontos de avanço mas não, estamos iguais e com a mesma atitude, vontade de ano passado, assim não!!!
Como é que uma equipa como o Rio Ave tem mais atitude e vontade do que F.C.PORTO??? inacreditável!!!
Não consigo entender esta atitude do treinador que continua com um discurso de treta que não assume a culpa, nem culpa os jogadores, alguém tem de ser culpado, nós adeptos é que não somos de certeza fazemos todos os sacrifícios para os acompanhar e temos de assistir a estes tristes espectáculos, fracamente.
A VERGONHA VAI CONTINUAR ESPEREMOS QUE NÃO SEJA PRECISO HIPOTECAR 3 DAS 4 PROVAS EM QUE ESTAMOS INSERIDOS PARA SE FAZER QUALQUER COISA...NEM SEI BEM O QUÊ?? MAS ISTO NÃO PODE SER IGUAL A ANO PASSADO, POR AMOR DE DEUS!!!
Provavelmente não vão publicar o meu comentário mas esta é a realidade pura e dura, só não vê quem não quer.
Estou profundamente triste e desolado com o mágico Porto, isto não é ser PORTO!!

Anónimo disse...

Dois pontos ao ar.Tanto quisemos controlar o jogo para conseguirmos tudo, que por pouco não conseguiamos nada.
Houve, mais uma vez, displicência a mais. Os jogos só se ganham no fim. O susto no jogo com o Olhanense, pelos vistos, não serviu de nada.
A maioria deste grupo de trabalho (treinadores e jogadores), já se conhece e trabalham juntos há muito tempo (inicio da época passada). Penso que já era tempo de terem analisado e rectificado o que está errado e que leva a estas oscilações nas exibições, para não termos o VP a responder,no fim dos jogos, que gostava de saber os motivos para o adormecimento da equipa

Anónimo disse...

Já tinha avisado, se o FCP não jogar com garra ia ser difícil.
Mas este é o jogo do FCP: devagar, devarinho, para trás, para o lado e não vale o sr treinador vir com a conversa que vamos entrar a todo gás, porque isso é só treta.
Ás vezes não tenho pachorra para ver o FCP! o futebol a táctica as substituições, são tão más...
Como é possível 90 minutos de futebol, 2 golos e mais uma ou duas oportunidades! é muito pouco.
De quem é a culpa é dos jogadores do presidente, ou treinador!?

O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

Anónimo disse...

Eu penso que não será "pecado" nenhum que os sócios/adeptos do nosso FC do Porto sejam mais exigentes com os jogadores e equipa técnica. Será até muito bom sinal se nos mantivermos exigentes, pois esibições destas, não, obrigado!

Anónimo disse...

O Danilo não tem lugar no meio/campo ?!

Anónimo disse...

Pouca atitude sobretudo na 2ªparte.

È preferivel meter o Varela de inicio e o Atsu nas 2ªpartes.
É o que nos mostra a experiencia.

Não gostei da argumentação do VP.

O Rio Ave é fraquito e por isso levou 4 do Braga.

Anónimo disse...

Que vergonhosa 2.º parte!
Não pecebi o que os jogadores e treinador pretendiam, mesmo depois de estarmos a ganhar!
Deplorável exibição!
Os adeptos pagam o bilhete para ver futebol, mas assim deixam de ir!
Carlos Oliveira

Anónimo disse...

...AINDA BEM que estes comentadores não podem treinar a equipa!!! É SEMPRE assim, quando não se ganha, toca a malhar no treinador!!! Daaaaasse...já não há pachorra para TANTA estupidez!!! VEJAM os jogos com olhos de ver!!! Com vocês NEM o Mourinho se safava!!! PQP!!!

Silvestre disse...

Antes de mais parabens a este blogue porque so podemos crescer e atingir outros patamares de excelencia se aspirarmos mais longe e ha muito tempo que o porto ja merece outro tipo de patamar...estamos proximos de la chegar mas falta um bocadinho assim...e necessario 3 coisas a primeira e arrumar com o treinador a segunda arrumar com jogadores que nao sao portistas , ( portugueses so podem jogar portistas na equipe, ninguem imagina jogadores do barca que sejam dos rivais por exemplo )tipo miguel lopes e moutinho( bom jogador mas nao sente a camisa )e a terceira e colocar o james no meio ai sim eramos um formula 1.